Refúgios e abrigos nucleares
Para muitas pessoas, um esconderijo é a solução perfeita para escapar do apocalipse atómico. Eis os bunkers mais curiosos do planeta.
Construir um refúgio atómico não é barato. Um abrigo bem feito tem de contar com sistemas de ventilação, víveres suficientes e meios adequados para reduzir o risco de exposição a agentes mortais. No caso das armas nucleares, tem de ser capaz de bloquear a exposição aos letais raios gama, reduzindo a sua intensidade por um factor de mil. Trata-se da forma de radiação mais perigosa: é uma espécie de “luz” de muito alta energia (mais do que os raios X), pelo que pode atravessar os materiais mais densos. Em comparação, a radiação alfa (núcleos de hélio) pode ser detida por uma simples folha de papel
Além disso, as pessoas têm de poder viver no refúgio. A sobrevivência alimentar resolve-se com armazéns preparados para o efeito. O problema é o ar. O trabalho dos aparelhos de climatização é duplo: manter uma temperatura agradável no interior e evitar a entrada de materiais perigosos vindos do exterior. A chuva radioactiva mais prejudicial tem a consistência da areia. É fácil evitar que partículas dessa dimensão cheguem ao interior do abrigo. Mesmo assim, é preciso precaver-se contra um ataque químico ou bacteriológico, equipando as entradas de ar com filtros especiais e válvulas de segurança capazes de suportar uma onda de choque, caso se verifique uma explosão.
Finalmente, um refúgio atómico tem de ser desenhado para que os seus habitantes possam subsistir pelo menos 15 dias, um período considerado prudente para evitar os efeitos mais directos de uma bomba na atmosfera.
Curiosamente, embora a Guerra Fria tenha terminado, continuam a construir-se abrigos nucleares. Em 2012, as autoridades de Moscovo planeiam construir quase 5000, porque os actuais apenas chegam para metade da população. Pelo seu lado, Israel está a completar um bunker que acolherá o primeiro-ministro, os altos comandos militares e as principais autoridades do país. Custo estimado: 175 milhões de euros. No Utah, no Montana e em alguns outros estados norte-americanos, há uma verdadeira obsessão pelo abrigos nucleares, como constata Robert Ross, autor das fotos deste artigo. Segundo ele, se um louco carregasse no botão, “os únicos sobreviventes seriam os mórmones, os membros de algumas outras seitas, os suíços, alguns israelitas e várias espécies de insectos”.